sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O meu trabalho dentro da Expedição




Como um dos objetivos da nossa Expedição é a produção de um filme documentário sobre os impactos (todos eles) gerados pela construção da estrada Interoceânica, e como todo processo de filmagem inclui também um making-off, eu fui a encarregada de fazê-lo. Antes de embarcar nessa expedição, eu não tinha noção alguma sobre como trabalhar com uma câmera filmadora nas mãos, para captar imagens e momentos. Demorou dois dias para que eu efetivamente me encarregasse da tarefa de filmar - informalmente - momentos aleatórios de nossa extensa viagem. O Kiko (nosso cinegrafista) me ensinou em Cuiabá, em menos de 10 minutos, como enquadrar a imagem e como manejar a câmera (e que câmera!) bem.

Passei o primeiro dia de "filmagens" pegando cenas da manutenção do carro do Leo (nosso coordenador de logística) numa oficina em Cuiabá. Foi bom para que eu me "acostumasse bem" com o equipamento...

O segundo dia como a encarregada pelo making-off foi mais legal. Filmei paisagens, as paradas que fizemos, momentos descontraídos e conversas entre os expedicionários. De vez em quando, consegui pegar momentos mais espontâneos, cenas cômicas (que fizeram a câmera tremer, pois não conseguia conter o riso).
Estou tendo a oportunidade de aprender algumas técnicas de luz, de enquadramento, de melhor posicionamento da câmera, entre outras. É engraçado... há vezes em que muitos dão palpite sobre o que eu deveria filmar e de que maneira filmar - por exemplo, houve uma vez em que fomos parados pela polícia (ainda no Brasil) na estrada, e o pessoal no carro falava para eu filmar aquilo. Então desci apressadamente do carro com as câmera nas mãos, já pronta para ligá-la, e antes de fazer isso, vi o Kiko acenando, do outro carro, para que eu não filmasse ali. Pois é como eu digo... essa minha experiência tem sido ótima para ilustrar uma frase - clichê - que eu tanto uso: vivendo e aprendendo.
Chegado o momento de cruzar de balsa o rio que separa a estrada que leva a Rio Branco, tive a oportunidade de filmar todo o processo de transição de uma lado para o outro. Achei fenomenais as cenas ali, pela paisagem do céu, do rio, das margens e do movimento de automóveis e pessoas. Filmei cenas em que apareciam o real cinegrafista filmando e os expedicionários fotografando (olha a metalinguagem!).
Paramos algumas vezes para fazer tomadas dos cenários e dos carros a passarem pela estrada quase deserta. Houve um momento em que a natureza nos ofereceu uma maravilhosa imagem do céu e foi aí que nos sentimos obrigados a parar. Nesse momento, nossos olhos viam de um lado da estrada uma área descampada, com poucas árvores e um cercado, e foi nessa direção que a melhor imagem do céu nos aparecia. Do outro lado, e muito perto dos carros, estava a própria floresta amazônica, com sua vegetação verdíssima e bem densa. Foi na mesma hora que desci do carro que percebi esse fato, pois não havia passado nem dois minutos e já alguns poucos mosquitinhos tinham me chupado o sangue.
Resumindo o que tenho feito, venho filmando tudo o que me pedem, desde entrevistas informais a paisagens que impressionam. Enfim, é mais ou menos isso... To me amarrando em filmar! No início do post e aqui embaixo, umas fotinhas em que eu estou "exercendo o meu trabalho" :)


3 comentários:

  1. Isadora Cardoso!!!
    Adorei suas impressoes da expedicao e de uma nova cineasta.
    Continue escrevendo, seu texto é muito bom, coisa fundamental para fazer filmes.
    Estou certo que suas imagens vao acrescentar muito no nosso filme.
    Beijos,
    Peter

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  2. Linda! que bom que vc tá aprendendo tudo isso!
    to loka pra ver essas imagens belíssimas que vc filmou
    to com saudades
    bjs

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  3. Linda! que bom que vc tá aprendendo tudo isso! (2)
    A Ana resumiu o que eu queria dizer ;)
    Nossa, cada imagem que vc deve captar nessa expedição... Adoro filmagens e fotos que mostram esses contrastes, como céu e mata... Depois nos mostre!! :*

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