segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Já no Peru

Tudo bem que a Expedição chegou a solo peruano faz 14 dias... mas só hoje deu para efetivamente eu colocar o post e buscar inspiração para o que vou escrever aqui. No ambiente tranquilo de Lima, onde estou atualmente, vou tentar recapitular todo esse tempo que estamos no Peru, para que aqui eu coloque os melhores momentos!

Enfim, comecemos! A primeira dormida em território peruano se deu na cidade de Puerto Maldonado, onde para chegar, tivemos que atravessar, já à noite, uma balsa que dava medo aos expedicionários. Na hora de colocar os carros dentro dela, todo mundo gritando pelo perigo que corria o carro de cair no rio. Passaram todos, com muita emoção, mas tudo bem! Assim que é bom! No outro dia, fomos ao mercado, e lá vi, já de manhã, pessoas comendo cebiche (que rico!)... eu fiquei no pão mesmo.

Depois daí, a próxima noite rolou acampamento num lugar muito inusitado. Foi sobre uma ponte desativada, ao lado de um vilarejo chamado Puente Inambari, com umas crianças fofíssimas! A ponte era alta demais e dava medo passar por entre as barracas e ver um precipício ao lado e o rio com a correnteza forte abaixo. Mas foi demais! Fizemos de uma nascente/cachoeirinha, perto da ponte, de chuveiro, e tudo saiu bem!

A terceira noite de Peru estava programada para ser passada já em Cusco, mas não deu, porque pegamos um pedaço da "carretera" - que ainda está em construção - fechado e aí tivemos que pernoitar em Marcapata. Que lugar mais pitoresco! A expedição chegou lá à noite. Finalmente sentimos o frio das montanhas em nossa pele! Eu só lembro de olhar para o lado e ver lugares sombrios, uma hospedagem ao fundo de onde saía uma música local alta. Só sei que dormi e não senti mais nada. De manhã, veio a surpresa, acordei, saí da hospedagem, desci as escadas que davam para meia pessoa, fui até o alto da rua e vi os Andes! Ahh, a neve era linda, branquíssima! Deixando então Marcapata, a expedição teve que começar a se acostumar a usar muita roupa. Saímos de lá cedo, e fomos andando tranquilamente por entre as curvas sinuosas das montanhas. E parávamos de vez em quando para filmar e fotografar as lindas paisagens. Foi nesse dia que alcançamos o ponto mais alto até agora. Chegamos a um lugar hiper gelado a 4800m mais ou menos... Tinha lhaminhas por lá! Apesar de não sentir minhas mãos, eu achei aquilo o máximo!

Enfim Cusco! Ahhh, como eu adoro essa cidade! Aqui tudo me parece lindo! A noite, as pessoas, tudo! Saímos todas as noites, e dessa vez eu aproveitei mais... Fui aos mercados, todos pelos quais passei. Comprei um monte de artesanato local (me encanta!) e tirei muitas fotos! Em uma tarde, depois de almoçarmos, fomos eu, minha mãe, o Carlos, o Daniel e o Peter a uma das praças de lá. Ali mesmo, o Carlos, que já morou em Cusco, nos comentou sobre o fato de ainda haver fotógrafos tipo lambe-lambe por ali. Fomos até a frente da Igreja e vimos um senhor com a sua câmera escura. Foi lindo vê-lo preparar calmamente todo o seu material para tirar a foto. Demorou mas enfim ele conseguiu. Demos uma volta pelo mercado e, regressando, passamos para buscar as "revelações". QUE ESPANTO! Eu fiquei sem palavras quando vi a foto! Ficou linda! Parecia que estávamos dentro de um filme antigo! O senhor fotógrafo nos disse que faz esse trabalho desde os anos 60, no mesmo lugar, com as mesmas técnicas... Como eu gostaria que houvesse mais desses fotógrafos!

Em Cusco, passamos por vários locais interessantes, e finalmente, no dia 10, fomos a Machu Picchu. Acordamos de madrugada, para ir até Ollantaytambo, onde tivemos que pegar o trem que leva à Águas Calientes, já município de Machu Picchu. De lá, resolvi, junto com a Synthia subir as escadas que levam a Machu Picchu. Com muito cansaço e suor foi o caminho. As escadas íngremes quase me fizeram desistir de subir por ali. Mas era pensando que quem sobe um, sobe dois, quem sobe dois, sobe três, e quem três sobe as 17 - acho que são 17 - baterias de escadas. Assim, quando chegamos, senti algo indescritível, mas muito bom! Machu Picchu é incrível. Apesar da quantidade exagerada de turistas do mundo todo, foi ótimo. Ainda fomos abordados por uma chuva que nos deixou literalmente nas nuvens.

Ah! Antes de Machu Picchu, visitamos Pisac, uma cidade pertinha de Cusco. Lá almoçamos, e depois disso, subimos a montanha - localizada no Vale Sagrado - para conhecer as ruínas de Pisac. Maravilhosos cenários foram vistos por nós. Vimos tantas construções antigas... cada uma mais fenomenal que as outras. Foi tudo de bom!

Tchau Cusco querida! A viagem tem que seguir... No dia seguinte fomos pernoitar em Yunguiu, uma cidadezinha bem organizada que fica perto da fronteira com a cidade de Copacabana (da Bolívia). Dormimos lá, para irmos no dia seguinte fazer uns passeios pelo lado boliviano, onde encontramos o famoso lago Titicaca. Lá tivemos a oportunidade de ver belas paisagens, tirar lindas fotos e nos divertir bastante. Apesar de estarmos num ambiente que lembrava muito as praias, em Copacabana faz frio! Fizemos então um passeio até uma ilha flutuante, e lá ficamos um tempinho. A cidade é super frequentada pelo mochileiro tradicional... No almoço, eu sem querer comer, fui com a Carla remar em um caiaque, para poder aproveitar ao máximo aquele lago de águas transparentes. Voltamos a território peruano, depois de um pouco de descanso, para seguir o roteiro da viagem.

A outra noite passamos em Puno, uma cidade também com orla para o lago. Lá comemos pizza e boa noite! De Puno, passamos então para Arequipa. Foi chegar lá para já ficar maravilhada com a cidade! Que bonita! A minha vontade era de passar um tempão ali. Mas não pudemos! Só passamos uma noite... Esse pouco tempo deu, pelo menos, para conhecermos a Plaza de Armas e andar pelas ruas fofas de lá. Comemos em um chifa (restaurante de influência chinesa) e fomos dormir... Espero ter outra oportunidade para conhecer melhor Arequipa!

O outro dia foi super puxado! O grupo se dividiu. Dois carros foram para Matarani, e os outros dois, num dos quais eu estava, seguiram para Ilo, ambas cidades portuárias. Já chegando perto de Ilo, pudemos ver finalmente o Pacífico imenso lá embaixo a nos esperar. Nessa cidade comemos pratos típicos com frutos do mar (riquísimos!), incluindo o famoso cebiche com leche de tigre. Depois foi uma loucura, seguimos em direção a Tacna - isso não tava no roteiro! - que faz fronteira com o Chile. A intenção era conhecer a cidade chilena ao lado, mas chegamos tarde até a fronteira, e deu o maior rolo. Como tínhamos que reencontrar o grupo em Matarani, a mais de 300km de onde estávamos, os manejadores de carro tiveram que se revezar a madrugada toda para que pudéssemos chegar a tempo. Conseguimos! Às 7h da manhã, lá estávamos em Matarani, mega cansados de dormir sentados - ou não, para quem dirigiu ou não conseguiu dormir.

De Matarani, já seguimos, sem muita delonga, para uma praia, onde finalmente reencontramos a outra parte do grupo. Não me lembro o nome da praia, mas lá comemos muito bem - como em todas as ocasiões até agora. Dessa praia, seguimos para algum local a fim de fazermos nosso segundo acampamento. Enfim chegamos a uma cidadezinha - Lomas - que nos disseram ser bem estruturada. Ao chegarmos, nos deparamos com um local que lembra muito o interiorzão nordestino. As pessoas na rua paradas a olhar os carros buzinando. Paramos em uma casa onde supostamente haveria hospedagem. A senhora, dona do local, cobrava 100 soles por 2 camas. Que hilário, não? Lei da oferta e da procura?? Só sei que ela ficou sem sol algum (olha o trocadilho), porque fomos acampar na beira do mar, sobre uma construção abandonada - ou não. Lá montamos as coisas, vimos que por ali na praia havia um grupo maior ainda que o nosso acampando, e jantamos muito bem, com um carreteiro (prato perfeito para esse tipo de viagem, não?) feito pela Cláudia.

Desmontamos as barracas no dia seguinte, para seguir viagem. De Lomas, paramos em Nazca, famosa pelas suas linhas. Vale a pena conhecê-las, mas como eu já tinha feito o voo há 3 anos, nessa viagem eu me poupei de voar e de me enjoar bastante, como da primeira vez. Porém, dessa vez, pude ver as tais linhas de um jeito alternativo. Pagando 1 único sol, nada mas que isso, pude subir a um mirante no meio da estrada, e de lá contemplar duas e meia das linhas de Nazca - as mãos, a árvore e o lagarto (a tal meia). Daí então, as pessoas que não sobrevoaram, mas subiram ao mirante - eu, minha mãe, o Carlos, Peter e Leo - tocamos viagem em direção a reserva nacional de Paracas, também no litoral. Lá chegando, encontramos um local muito adequado para o terceiro acampamento. Também na beira do mar, ao lado de restaurantes - que não funcionam à noite - e com um ventinho frio; foi ali mesmo que tiramos novamente nossas barracas e malas dos carros e montamos nossas casinhas noturnas.

Acordei no dia seguinte com foguetes - era meu aniversário! Fiquei feliz ao receber um parabéns pra você dos expedicionários. Depois, recebi um segundo - que foi gravado, hehehehe. Em Paracas nos demoramos. Os donos dos restaurantes chegaram e nem se espantaram em ver as barracas dentro de seus estabelecimentos. Aliás, que simpático o pessoal do restaurante onde almoçamos e nos instalamos. Rimos muito com eles, além de comer deliciosos peixes! A mais encantadora foi Andrea, uma peruanita super legal e animada. Ela me deu até um presentinho (tinham dito a ela no dia anterior que no outro dia seria meu aniversário). Ela e os outros deixaram todos os expedicionários com saudade, mesmo antes de partirmos. Mas tínhamos que fazê-lo. Tínhamos que chegar a Lima... Mas calma! Encontramos, nesse mesmo restaurante, um homem muito gentil que faz turismo aos locais de Paracas onde se podem ver leões marinhos desde os abismos do deserto - é curioso, de um lado, se vê o puro deserto e sua areia alaranjada, do outro, o Pacífico com sua água, ao fundo opaca, e na beira, bem clara. Fizemos um longo trajeto sobre as areias, mas compensou! Vimos imagens belíssimas dos animais, das aves na beira do mar. Tiramos fotos e filmamos, claro. E finalmente fomos até o famoso candelabro, uma marca com a forma de candelabro (é claro) deixada pelo povo inca numa duna que fica de frente ao mar. Dizem que era para os navegadores terem um ponto de referência... quem sabe!

Daí então seguimos efetivamente para Lima. Passamos por Pisco, cidade muito arrasada pelo terremoto que abalou o Peru em 2007. Mas ufa! Enfim, Lima! Da última vez que aqui vim, há 3 anos exatos, estava diferente... Lima mudou. Está mais bonita, com lugares mais interessantes. Fomos à noite, mesmo cansados, mas pelo menos a fim de comemorar meu aniversário, a Calle de las Pizzas, em Miraflores. Comemos pizza, claro, e depois fomos a uma discoteca por perto. Eu me diverti e achei ótimo o dia!

Hoje é dia 18... Ops, já passou da meia noite, já é madrugada. Então é dia 19... Estamos em Lima, e hoje será o meu último dia como expedicionária. Vou ter que voltar antes com minha mãe, por assuntos de trabalho dela... Não sabemos até agora a maneira como chegaremos a Brasília, mas pelo menos a passagem até Cusco temos. De lá, pensamos em voltar passando pela Bolívia, pegando o famoso trem da morte. Enfim, por hoje é só. Nesse post eu dei uma enxugada total nesses tantos dias de Peru, para não tomar muito tempo dos que se propuseram ler minhas aventuras. Quero ainda contar muito mais! Tenho tanto coisa que acredito valer a pena compartilhar! Depois vou fazer um post sobre as minhas impressões sobre o Peru, usando o que aprendi em minhas aulas de Antropologia...

Por enquanto, é só! Fotos, essa vez não acompanharão o post -senão ele fica gigante! -, mas já já vou colocar algumas no meu flickr! www.flickr.com/photos/doraisa

Valeu! :D

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